Desde que me lembro sempre escrevi. É através da escrita que relato os meus pesares, as minhas alegrias, as minhas conquistas e todo o que me vai na alma. Possui sempre uns cadernos em que escrevia as minhas histórias, e um diário onde contava os acontecimentos do dia a dia.
E adorava escrever cartas. Especialmente nos aniversários. Como não tinha dinheiro para comprar prendas, oferecia pequenas histórias, alguns objectos e flores. Eu era de facto uma menina original!
Na escola a professora colocava uma caixa em que os alunos podiam mandar cartas para os colegas. Uma vez recebi uma carta de S dizendo que estava apaixonado por mim. Eu rasguei-a, sem dar tempo da minha amiga Tatiana ler.
Em todos os aniversários recebia ( ainda recebo) cartas do meu padrinho. Mesmo quando ele pode vir aos meus anos, ele me manda uma carta. São os melhores presentes! É um prazer ler as suas palavras saudosas, me falando com carinho e sempre com orgulho de mim. Elas já se encontram guardadas no meu coração. E não as trocaria por nenhum ouro do mundo. Valem mais do que todo para mim. Pois são a demostração de afecto do meu padrinho. E é sempre bom lê-las quando a saudade aperta!
O mundo seria um lugar melhor se as pessoas voltassem a escrever cartas. Em vez de passarem os dias a enviarem mensagens. Porque digam o que disserem não é a mesma coisa. Mesmo o email. Para mim a carta é a melhor maneira de publicação. E era tão bom se não perdêssemos essa nossa herança!
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